quinta-feira, 25 de março de 2010

Sobre os livros e a vida

Acabei de ler essa semana As Crônicas de Nárnia de Clive Staples Lewis. Foi uma das leituras mais prazerosas que já tive. Fui tão envolvida pela história que terminei todos os sete livros em um mês. Não sei se consigo fazer uma análise que difira das outras já feitas destas obras, que desde 1950 têm sido lidas, analisadas, adaptadas para as mais diferentes linguagens.

O primeiro contato que tive com essa história foi em 2005 na época do lançamento do filme As Crônicas de Nárnia - O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Havia um cartaz de divulgação do filme no cinema e me lembro de tê-lo visto e comentado que não gostava desse tipo de fantasia. Na época eu desaprovava filmes fantasiosos que fugiam totalmente à realidade. Preferia filmes como O Diário de uma Princesa ou Splash, Uma sereia em minha vida (sim leitor, eu sei o tamanho da ironia do que acabo de dizer). Entretanto, gostei muito do filme quando assisti. Achava estranha a presença de faunos, centauros, gigantes ou anões, mas gostei da trama e principalmente da associação da figura do Leão à de Jesus Cristo. E é nesse ponto que quero chegar.

Você certamente já deve ter conhecido algum cristão irredutível ou até mesmo alienado. Daqueles que fazem tudo o que Cristo não queria que se fizesse: julgar pela aparência, excluir o próximo ao invés de ajudá-lo, entre outras coisas... Pois, de certa forma, eu era uma dessas pessoas. Não acreditava que as mitologias pagãs devessem se misturar às narrativas bíblicas. Pensava isso sem levar em consideração o conceito de Literatura.

O apóstolo Paulo disse que devemos examinar todas as coisas e reter o que é bom. O processo de apreciação da arte passa por esse princípio. A arte da literatura não têm como objetivo apresentar nenhuma verdade, ao contrário, não há compromisso algum com a verdade em um texto literário, ainda que este seja baseado em fatos reais ou fontes "confiáveis". A imaginação é a matéria-prima do trabalho literário. Seria portanto inconcebível criticar uma obra por misturar elementos místicos, mitológicos e bíblicos. A leitura de um texto literário não vai mudar minhas crenças, mas ampliar minha maneira de ler o mundo.

Enquanto repelia o "fantástico" da minha realidade, perdi a oportunidade de conhecer e apreciar muitas coisas como filmes, livros, músicas, peças de teatro... Adiei a maravilhosa experiência de ler um livro tão fantástico quanto As Crônicas de Nárnia ou ver filmes tão bem feitos como O Senhor dos Anéis. Ao menos me redimi a tempo de buscar pra mim conhecimento cultural que vai a cada dia mudando minha maneira de pensar e de interpretar a vida ao meu redor.

"Em literatura, o meio mais seguro de ter razão é estar morto"
Victor Hugo

terça-feira, 16 de março de 2010

Mascar Chiclete

Ontem à noite, depois do trabalho, fiz uma coisa que já não fazia há muito tempo: mascar chiclete. Ele (o chiclete) sempre foi proibido nas escolas ou em qualquer lugar onde seja exigida uma postura mais formal ou elegante. Concordo que mascar chiclete pode te fazer parecer um animal ruminante quando as mascadas são vigorosas, mas até então nunca tinha parado para pensar no prazer que ele pode proporcionar.

Primeiro deve-se levar em conta o sabor. Chiclete é muito gostoso! Tem ainda aqueles com recheio dentro ou com "bolinhas que prolongam o sabor". O chiclete também pode salvar sua pele, ou melhor dizendo, seu hálito, depois daquele almoço no restaurante ao lado do seu namorado (a), esposo (a) ou até mesmo amigo (a) que você gostaria de poupar. Você deve saber o quanto é desagradável conversar com alguém e saber que essa pessoa acabou de comer um delicioso bife acebolado acompanhado de macarrão ao alho e óleo. Então... Ponto para o chiclete!

Mas ontem não masquei chiclete com esse propósito (se bem que ele ajudou a disfarçar o gosto de café na boca). O chiclete de ontem foi como um cigarro depois de um dia cansativo. Tudo bem, eu nunca fumei, mas sempre vejo as pessoas fumarem para relaxar. Ontem masquei um chiclete para relaxar, para aliviar a tensão. O mais gostoso foi fazer bolas com o chiclete, ora enormes (daquelas que estouram no seu nariz), ora barulhentas (que é quando todo mundo olha pra você). Me senti mesmo como uma adolescente. Foi então que me dei conta de que o chiclete deixa você com um ar mais descolado, mais descontraído. Talvez por isso seja tão comum entre eles. Também me senti um pouco vulgar quando me lembrei que todas as prostitutas que já vi em filmes ou nas esquinas estão mascando chicletes.

Reações adversas: O uso frequente do chiclete pode ser prejudicial aos seus dentes. Por isso as criancinhas são muitas vezes proibidas de comerem doces ou mascar chicletes o tempo todo. Aquelas que não são não têm mesmo o sorriso muito bonito. Outro incoveniente de se mascar chiclete com tanto gosto e com tanta vontade é que seu maxilar pode doer por algum tempo. (Imagino então como deve doer o maxilar das vacas e dos bodes). Isso sem contar que ele não é, de forma nenhuma, indicado em lugares mais formais como no trabalho por exemplo. Você também deve se lembrar de já ter visto uma secretária ou recepcionista mascando chicletes, lixando a unha e falando ao telefone ao mesmo tempo, e não deve ter achado muito elegante da parte dela.

No mais, sempre quando você estiver cansado(a) ou tenso(a), mascar um chiclete e fazer enormes e barulhentas bolas com ele te fará sentir melhor. Avalie sempre as circunstâncias, claro, pois sendo seres sociais devemos cuidar da nossa imagem. Mas certamente é melhor mascar um chiclete do que fumar um cigarro. É menos prejudicial à nossa imagem e à nossa saúde também!

quinta-feira, 11 de março de 2010

Metamorfose Ambulante

Muitas pessoas já nascem decididas, predestinadas, com um dom predominante que vai guiar todas as suas futuras decisões pessoais e, principalmente, profissionais. Eu não sou uma dessas pessoas. Sempre tive meus gostos e preferências, claro. Amo música, gosto de escrever, ler, sou apaixonada por idiomas... Mas sempre tive uma dificuldade enorme de focar uma área da minha vida, ou focar uma das minhas preferências.

Hoje, aos 22 anos, formada em Letras, dando aulas de inglês, me vejo em busca de um foco, principalmente profissional. É cruel obrigar uma pessoa como eu, aos 17 anos, a escolher um curso superior que guiará seu caminho profissional pelos próximos anos. Agora, com o curso superior concluído, não tenho interesse em cursos de pós graduação na área de Letras.

Quero experimentar outras coisas além das que eu já experimentei. E olha que não experimentei poucas coisas! Fiz um curso profissionalizante na área de Mecânica Geral que me fez amadurecer como profissional, mas que eliminou todo o meu interesse na área de Engenharia Mecânica. Já trabalhei como auxiliar de escritório, na área de planejamento; o que gostei de ter feito, mas que também não me despertou interesse a ponto de me aprofundar nessa área. Já trabalhei no comércio e descobri a dura realidade de ficar 8 horas em pé a espera de clientes, tendo que muitas vezes "disputá-lo" com as outras funcionárias em tempos de queda no setor.

Atualmente leciono inglês em escolas diferentes, lidando com realidades diferentes entre os alunos. É uma profissão muito boa e gratificante no sentido de ter seu trabalho reconhecido e valorizado pelos próprios alunos. Sei entretanto que essa não é a realidade da profissão, mas sim da minha carreira. Felizmente!

Agora estou em busca de novidades! De um novo desafio, de novas experiências, novos conhecimentos. Penso sériamente na área de comunicação social como meu próximo passo. Estou pesquisando sobre as áreas de atuação, fazendo um matching com minhas áreas de interesse para que eu tome uma decisão... Que não será a última!!!

Então é isso... Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobretudo, sigo o conselho do apóstolo Paulo que disse: "Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento..."Rm 12:2