terça-feira, 28 de setembro de 2010

Viva à liberdade de expressão - Já estou exercendo a minha.


O curso de Introdução ao jornalismo que estou fazendo aqui nos Estados Unidos faz parte da minha jornada (de tempo indeterminado) pelo mundo das notícias. Para um trabalho acadêmico saí pela universidade na semana passada entrevistando pessoas, perguntando: "Apesar da difícil situação econômica do país atualmente, o que te dá orgulho de ser americano?" Foi interessante observar que a maioria dos entrevistados mencionou a liberdade de expressão que se tem no país e o fato da população se unir e encontrar uma solução pra qualquer problema que o país esteja enfrentando. Diante dessas respostas, refleti na atual situação do meu país: Brasil. Será que posso me orgulhar das mesmas coisas sobre o meu país?


As eleições presidenciais acontecem neste final de semana. É o momento de exercermos nossa liberdade de expressão. Em muitos países as pessoas não tem o direito de escolher seus governantes. Em nosso país nós temos esse direito, mas é lamentável ver que muitas pessoas não reconhecem o voto como um direito. Se sentem forçadas a votar e não entendem o tamanho da responsabilidade de se eleger alguém que vai governar a cidade, o estado ou o país inteiro por quatro anos.


Entendo o voto como uma das formas que temos de fazer valer nossa vontade. Talvez concorde com a não-obrigatoriedade do voto porque certas pessoas realmente não deveriam ajudar a escolher nossos governantes. Essas pessoas, na minha opinião, são aqueles que se alienam da situação em que nossa comunidade ou país se encontram. São as mesmas pessoas que não sabem quais são as propostas de governo do candidato em que vai votar. São as mesmas pessoas que trocam o voto por qualquer favor que as beneficie. Confesso que eu mesma não deveria ter votado nas últimas eleições por não saber o que o candidato que eu apoiei tinha a oferecer.


Fiquei perplexa quando ouvi uma pessoa dizer que não vai votar nessas eleições porque a Dilma vai ganhar de qualquer forma. É o cúmulo da passividade. Como podemos afirmar que ela já ganhou sem ter competido? As eleições ainda não aconteceram. Ninguém me perguntou em quem eu votaria ou em quem minha família vai votar esse ano. Como posso confiar nessas estatísticas?


Se você é um desses, que não vai votar porque seu voto não vai mudar nada, quero te dizer que a culpa do país estar do jeito que está é sua! Nosso Brasil só não muda porque a gente não quer que mude. Se o brasileiro quer tanto copiar o modelo americano, que copie pelo menos a participatividade na situação política do país. Não estou pedindo que façamos carreata, passeata contra a corrupção; ou nenhum grande protesto contra nada. Estou apenas lembrando a você de que seu voto nesse domingo pode mudar a situação do seu país: pode torná-lo um pouco mais digno de orgulho, ou de vergonha.


PS: Só pra constar, não vou votar neste ano por estar no exterior e não ter transferido meu título para o novo endereço (que é provisório). Terei que justificar o meu NÃO voto. Direi que é culpa da constutuição que não me deixa votar!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Uma vertente do conceito Big Brother

Todos nós temos alguém que consideramos um grande exemplo. Desde muito novos nos espelhamos nas pessoas: alguns se espelham na mãe, no pai, ou nos avós. Com o passar dos anos, nossas referências mudam. Passamos a admirar o (a) professor(a), o(a) amigo, algum pacifista, religioso, ou artista famoso. Mas o que me ocorre agora é que nós também somos referência pra muitas pessoas.
Na escola podemos ser referência pra algumas pessoas. Se você é do tipo CDF, você certamente é a referência que o professor usa na sala; o "aluno modelo". Ou se é aquele Bobo da Corte piadista, você certamente é referência dos outros caras da sala que também querem ser descolados e divertidos. (Esse exemplo da escola também se aplica ao trabalho, com as devidas alterações de cargo). Até como motorista podemos ser referência. Uma vez quando estava perdida segui um outro carro que parecia saber pra onde ia!
Em determinados momentos da minha vida, penso que o que eu faço não importa, que não sou uma pessoa com personalidade forte e capaz de influenciar outras pessoas. Hoje percebo o quanto esse pensamento é errôneo. Minhas duas últimas profissões me colocaram em uma posição de extrema exposição e influência sobre outras pessoas: professora e babá. Não ligo se você desvaloriza essas posições porque até eu mesma o faço as vezes. O próprio salario as desvaloriza. Mas esse não é meu ponto. Vamos à ele:
Ontem uma das meninas de quem cuido me mostrou um colar que a babá anterior, da França, deu à ela. Era uma linda correntinha de prata com a torre Eiffel e um sapato de salto alto cravado em pedras de strass. Em lágrimas ela me disse que guardou o colar quando a babá foi expulsa da casa por maltratar a filha mais nova do casal dono da casa. Entretanto, agora a menina esta tendo aulas de francês na escola e resolveu usar o colar e mostrar pra professora. Me assombra como o fato da menina gostar da professora de francês e das aulas fez com que ela superasse em termos o desapontamento e a mágoa que a antiga babá causou.
Como babá vejo o quanto a menina mais nova, que tem 4 anos de idade, gosta de me imitar. Ela come o que eu como, veste o que eu visto, quer ter o cabelo igual ao meu e faz questão que os outros percebam a semelhança entre a gente. Neste exato momento, exerço uma influência enorme sobre a vida dela. Sei também que como professora de inglês, os alunos buscavam em mim semelhanças com algum parente que vive no exterior, ou se baseavam em mim pra sonhar mais alto e conhecer novas culturas e pessoas.
Não posso me dar ao luxo de fazer o que bem entendo sem pensar nas consequências. Ainda que esteja fazendo algo que, a princípio, afetará só a mim, existem muitas pessoas ao meu redor que me observam, que se espelham em mim, e que também serão afetadas. Sem mencionar as pessoas que me amam e se importam com o que faço. Parece assustador, mas o conceito Big Brother é bastante real.
PS: O termo Big Brother originou-se a partir da obra 1984, de George Orwell e refere-se a o líder de um partido totalitário que, na trama, sabe tudo sobre cada habitante através de teletelas e informantes. Assim sendo, Big Brother é aquele que nos observa o tempo todo.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Algumas pessoas têm um cachorro; Eu tenho um Lírio.

Adoro lírios. São minhas flores preferidas. Acho tão lindos que gostaria de dar à minha filha o nome de Lily (quando tiver uma).Nunca ganhei lírios de presente. Mas porquê iria me privar do prazer de ter um lírio só porque nunca me deram um? Eu me amo, quero me fazer feliz, então decido me presentear com um lírio.


Vou até à floricultura e escolho o lírio mais vistoso, mais bonito e na minha cor favorita. Penso então em como esse lírio veio a ser tão bonito. É tão bem cuidado... É isso! Alguém cuidou dele até então. Ele não nasceu desse jeito. Era apenas uma semente que germinou, cresceu e floresceu. Agora eu estou levando-o pra casa em um vaso e vou ter que cuidar dele a partir de agora.


Eu poderia simplesmente voltar à floricultura quando meu lírio morrese e comprar outro tão lindo quanto. Mas não é isso o que quero. Quero algo mais íntimo com meu lírio. Quero torná-lo parte da minha vida, incluí-lo na minha rotina, torná-lo parte da família. Algumas pessoas têm um cachorro; eu tenho um lírio.


Pra fazer com que meu lírio viva o suficiente para que eu desenvolva meu afeto por ele, preciso saber do que ele precisa, do que ele gosta e como tratá-lo. Flores não são todas iguais. Nem todas gostam de água todos os dias. Nem todas gostam do sol. Os lírios, acima de tudo, são flores que podem parecer ingratas. Demoram demais pra florescer. Se você é do tipo impaciente pode se frustrar com ele. Mas todos eles são assim, não podemos mudar o que eles são. Mas se eu cuidar bem dele, sei que um dia ele vai florescer. Ele sempre floresce no tempo certo.


Vê-lo florescer é a maior das recompensas. Quando meu lírio sorri pra mim eu sei que ele está feliz e grato por cada momento que me dediquei à ele. Eu, por minha vez, fico feliz por poder admirar toda sua belexs e saber que colaborei de certa forma. Não me gabo de ter feito dele o que ele é, porque não foi isso o que fiz; mas ofereci as condições adequadas para que ele se tornasse o melhor que poderia ser.


Tendo cuidado tão bem do meu lírio, me sinto capaz de amar e me dedicar à outra coisa que não seja eu mesma. Mesmo sabendo que antes de tudo, me amei a ponto de me presentear com um lírio.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Brazilian Day em Nova Yorque

No último final de semana (05 de Setembro) fui a New York City para, entre outras coisas, ver o movimento do Brazilian Day: Uma comemoração anual que traz para os brasileiros que vivem no exterior um pouco do Brasil. Assim eles podem matar a saudade que têm das coisas que o nosso país tem de melhor: Músicas de gosto duvidoso, mulheres de shorts muito curtos dançando, gente barulhenta, pastel de feira e tudo mais...
Assim que cheguei na 6a avenida achei tudo muito estranho. Barraquinhas com bandeira do Brasil, mas com o menu em Francês e Inglês. Outras barraquinhas com bugigangas chinesas. Nao achei aquilo parecido com o Brasil não. Mas então comecei a identificar muitas coisas que realmente remetem a um carnaval de rua no Brasil, ou à algum festival bem lotado. Desses que você não consegue nem andar direito e fica com o cabelo fedendo a gordura e fumaça das barraquinhas nas calçadas.
Confesso que o Brazilian Day não traz pra mim o que meu país têm de melhor. Não trouxe o afeto das pessoas, ou a beleza das paisagens. Entretanto, ele traz sim a diversidade que nosso país carrega. Por isso creio que muitas pessoas gostam muito mais do Brazilian Day que eu... rs