sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um pequeno diálogo

Chegando em casa, um menininho me aborda e pergunta:

  _ Oi Moça! Você perdeu 5 reais aqui na frente outro dia.

  _ Sério?! Não me lembro. - Respondi - Quem achou?

  _ Fui eu! Queria mais! Você não tem mais não?


¬¬'

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sobre a efemeridade da vida

Morreu na semana passada um jovem que fez parte do grupo de mocidade da minha igreja. Luciano tinha 19 anos e nenhum problema crônico de saúde. Ainda não sabemos do que ele morreu e ninguém jamais imaginaria que isso pudesse acontecer. Na verdade, a morte é a única certeza que temos na vida e que tentamos ignorar sempre.

Augusto Cury escreveu em Mestre dos Mestres sobre os dois grupos de pessoas em um velório: os mais chegados e os agregados. Os mais chegados são familiares e amigos que realmente sofrem pela perda de um ente querido. Os agregados são os conhecidos do falecido que estão ali fazendo terapia. Estes começam a se interiorizar e repensar seus valores na vida: o que realmente vale a pena, como devemos viver, e o que fica quando deixamos este mundo.

Se interiorizar e refletir sobre a vida é extremamente válido. Lembro do gato de Cheshire, personagem do livro de Lewis Carroll, que disse que quando não se sabe onde se quer chegar, qualquer caminho serve. Será que vale a pena "deixar a vida me levar"? Pra onde estou indo? Onde quero chegar? Ter respostas pra essas perguntas é essencial.

Nossos sonhos e projetos são o motor de nossas vidas. Cada dia que amanhece é uma oportunidade nova pra caminharmos em direção à realização dos nossos planos, ainda que a passos curtos. Não consigo imaginar como é viver sem saber o que eu espero do dia de amanhã ou o que quero alcançar dentro de um, cinco ou dez anos. Meus objetivos guiam meus passos e dão rumo à minha vida.

Mas como disse a princípio, a única certeza que temos na vida é a morte. Não podemos ignorar que este pode ser nosso último dia na Terra. Daí a importância de se viver no melhor estilo Carpe Diem. Desfrutar de cada pequena vitória e aprender com cada erro é o que faz a vida valer a pena.

Um dos questionamentos levantados é o que fica quando deixamos este mundo. A casa? O carro? A conta bancária? As jóias? O que fica é aquilo que dissemos e que fizemos que marcaram pessoas. Nosso maior legado neste mundo está depositado nas pessoas que nos cercam. Elas carregaram nossa memória. Qual é a memória que as pessoas carregarão de você? Qual é o legado que você tem deixado a este mundo? É bom pensar nisso hoje, pois como disse o sábio Salomão e Provérbios 27:1 "Não te glories do dia de amanhã; porque não sabes o que produzirá o dia."

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Alice no País das Adaptações


Alice no País das Maravilhas é uma obra-prima do autor Lewis Carroll, escrita 1865, que desde então têm sido adaptada em diversas linguagens: Literatura, Cinema, Teatro, Artes Plásticas, entre outros. Precedendo o lançamento no Brasil da mais nova adaptação da obra para o cinema,Alice in the Wonderland dirigido por Tim Burton, o momento é propício para uma incursão nessas adaptações feitas ao longo desses 145 anos desde a publicação do livro.


A trama original narra as aventuras vividas pela garotinha Alice em um mundo diferente, repleto de criaturas falantes e aparentemente incoerentes, que causaram grande confusão na cabeça da pequena garota. No desfecho da história Alice percebe que toda essa aventura não passou de um sonho muito estranho. A obra escrita em 1865 é a mais famosa do autor Lewis Carroll que também escreveu Through the Looking-Glass and what Alice Found There (1872), traduzido como Através do espelho e o que Alice encontrou lá, ou simplesmente Alice Através do Espelho. O extraordinário sucesso que a obra vem fazendo desde que foi escrita é devido, em parte, aos questionamentos ocultos de espécie psicológica, lógica, semântica e política, ao seu caráter simbólico e à paradoxidade e nonsense (falta de sentido) que são características marcantes de Carroll.


Depois de Avatar (Cameron, 2009) Tim Burton's Alice in the Wonderland já é um dos filmes mais comentados da atualidade. O filme que estreou nos Estados Unidos no dia 05 de março de 2010 e bateu recorde de bilheteria para uma estréia ocorrida em março. Com previsão de estréia no Brasil no dia 23 de abril, essa nova adaptação do livro de Lewis Carroll está causando euforia e expectativa entre os fãs da história de Alice no País das Maravilhas e do diretor Tim Burton.

A versão de Tim Burton é uma mistura dos dois livros de Carroll, incluindo o famoso porma Jabberwocky. No filme, Alice volta para Wonderland (ou Underland) para cumprir uma profecia que diz que ela mataria Jabberwocky, e tiraria o trono da perversa Rainha de Copas para devolve-lo à sua irmã Rainha Branca. Neste país de fantasias, Alice vive grandes aventuras na companhia de personagens como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), o Coelho Branco (Michael Sheen - voz), a Rainha de Copas (Helena Bonham-Carter) e a Rainha Branca (Anne Hathaway). A crítica americana é diversificada, destacando vários aspectos da obra de Tim Burton. Há quem enalteça a obra como uma versão feminista do herói clássico; outros atentam para a qualidade digital do filme, que também é exibido em 3D, comparando-o ao premiado Avatar. Alguns ainda criticam a transformação da narrativa em uma fantasia épica, de batalha entre o bem e o mal, comparável à trama de Senhor dos Anéis.

Trailer Oficial

http://www.youtube.com/watch?v=DeWsZ2b_pK4&feature=player_embedded


É contrastante ver a diferença entre a última e a primeira adaptação de Alice para o cinema. A primeira adaptação de que se tem notícia foi rodada em 1903. Trata-se de um filme mudo em preto e branco dirigido por Cecil M. Hepworth e Percy Stow. Antes dada como perdida por causa do desgaste do arquivo original, a obra foi restaurada pela British Film Institute National Archive. O filme original tinha 12 minutos e era o filme mais longo produzido na Inglaterra naquela época. Veja o trailer e perceba o quanto o cinema também mudou em 100 anos.

Primeira Versão 1903

http://www.youtube.com/watch?v=zeIXfdogJbA

Talvez a versão mais famosa e clássica de Alice no País das Maravilhas seja e animação da Disney de 1951 (Foi essa versão que conheci quando criança e era, até então, a única referência da história que eu tinha). O roteiro é mais fiel ao livro de Carroll, e não há a mistura com o segundo livro Alice Através do Espelho. A qualidade da animação também é incrível, se levarmos em consideração a data de lançamento do filme.


Na TV, a história se transformou em uma minissérie produzida pela RHI Entertainment e exibida em 2009 no canal Syfy. A adaptação mistura as duas histórias de Lewis e retrata Alice como uma jovem mulher que vai ao país das maravilhas passando através de um espelho para tentar salvar seu namorado raptado pelo coelho branco. Essa moderna interpretação de Alice retrata a possível evolução do país das maravilhas depois de 143 anos. A minissérie tem 3 horas de duração e é estrelada pela canadense Caterina Scorsone.


Há também inúmeras adaptações da história de Alice na Literatura. Alguns recontos infanto-juvenis resumem a história a ponto de suprimir detalhes importantíssimos da obra de Lewis, como os complexos diálogos travados entre Alice e as demais criaturas do país das maravilhas. Entre as edições do texto original encontramos muitas variações, como por exemplo, edições comentadas, edições com ilustrações originais ou com ilustrações modernas. Outra diferença gritante está na tradução de cada uma dessas versões. Lewis possuía uma escrita singular, criando palavras muitas vezes, o que torna o trabalho de tradução árduo. Em traduções não cuidadosas, muito se perde no sentido real das frases.

A história de Carroll também serviu de inspiração para artes plásticas, foi adaptada diversas vezem em teatro, HQ, games sem mencionar que a figura da menina de madeixas loiras e vestido azul está estampada em camisetas, colares, canecas e em inúmeros outros suportes.

Espero que este pequeno guia tenha ajudado você, que é apaixonado por cinema e literatura, fã da história de Alice no País das Maravilhas, ou que quer saber mais sobre esta história que tem encantado gerações ao longo dos anos.

Sites de referência

Sobre as versões literárias -http://www.dobrasdaleitura.com/revisao/alicesingular.html

Sobre as várias adaptações - http://virtudesvirtuais.com/2010/02/16/as-varias-adaptacoes-de-alice-in-wonderland/

Sobre as adaptações e a o filme de Tim Burton - http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=164524

Sobre as várias adaptações - http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2772705,-Alice-no-Pais-das-Maravilhas-povoa-cenario-cultural-com-adaptacoes-de-diversos-generos.htm

Sobre a versão de 1903 - http://rainydays.rockerspace.net/alice-no-pais-das-maravilhas-de-1903-video/

Sobre as variações de tradução: http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/donna/19,206,2837581,Jorge-Furtado-compara-traducoes-brasileiras-de-Alice-no-Pais-das-Maravilhas.html